Nos últimos anos, temos presenciado um notável aumento das compras online. Influenciados pelas restrições impostas pela pandemia, vários setores experienciaram um crescimento significativo em suas operações online, incluindo o serviço de delivery. De acordo com a pesquisa da consultoria Kantar, em 2020, 15% dos consumidores solicitavam serviços de delivery pelo menos uma vez por semana. Esse número subiu para 18% em 2021 e saltou para 28% no decorrer do ano de 2022.
Com o crescimento contínuo do setor, que assim como outros de alta demanda enfrentou desafios nos últimos anos, um dos principais obstáculos é a ocorrência de fraudes e golpes. As principais empresas têm se dedicado a investir em soluções tecnológicas, não apenas para proteger as operações, mas também para salvaguardar sua reputação e assegurar a satisfação dos consumidores.
“Implementar estratégias antifraude e investir em tecnologias para identificá-las torna-se impreterível para este segmento , tal como a conscientização do público consumidor sobre como evitar cair em golpes”, afirma Eduardo Daghum, CEO da Horus Group, empresa especializada em soluções contra fraudes e que atua fortemente no setor de delivery.
Dentro do cenário de fraudes no setor, o especialista pontua como a inteligência de dados pode ser uma grande aliada para identificar falsos reembolsos, por exemplo, que ocorrem quando pessoas mal intencionadas realizam compras no delivery e depois pedem estorno, alegando que os pedidos não vieram corretamente.
Quando o cliente tem um histórico de pedidos de reembolso acima da média, a solução antifraude pode realizar uma análise de perfil, bloqueando qualquer compra do usuário até o final do estudo. Em caso de conduta irregular, a pessoa é “descartada” da plataforma de delivery e seu login é bloqueado.
Em casos de cartão clonado, golpe que consiste em roubar informações do cartão de terceiros para realizar compras pessoais, resultando em prejuízos tanto para o dono do cartão quanto para a empresa, Eduardo sugere o investimento em mesas de análises de fraudes, que funcionam de forma rápida e eficaz na detecção de padrões fraudulentos em tempo real.
“Quando um usuário demonstra comportamentos muito distintos da média comum, as mesas operam de forma rápida para notificar as empresas e apontar os perfis suspeitos ou para recuperar vendas que seriam negadas indevidamente”, continua.
Já sobre o golpe da maquininha, Eduardo comenta que uma boa comunicação entre as empresas e os seus consumidores pode contribuir para diminuir as incidências de golpes e conscientizar o público. Nessa operação fraudulenta, o entregador manipula os valores a serem cobrados do consumidor no momento da entrega, ou cobra por um pagamento já realizado.
O especialista aconselha que as empresas de delivery alertem os clientes sobre esse risco ao receberem um pedido. “Lutar contra as fraudes é papel de todos, empresas e consumidores. Trabalhar em conjunto, com feedbacks de ambos os lados, é essencial para o aprimoramento e mais assertividade no combate aos golpes”, ressalta Eduardo.